domingo, 27 de abril de 2014

O DIA DOS 4 PAPAS


“Nunca na história de Roma e nunca na história mundial ocorreu isto: dois Papas Santos e dois Papas vivos que os conheceram. Imagino a emoção do Papa Francisco e do Papa Bento naquele Adro da Basílica onde Bento viveu eventos como Papa e hoje pode, junto ao Papa Francisco, viver este grande evento”.


Foi o que afirmou o Vice-Presidente da Obra Romana de Peregrinações (ORP), Mons. Liberio Andreatta, chamando a atenção para o momento histórico a ser vivido no próximo domingo, 27 de abril. A observação foi feita durante o encontro com os jornalistas na manhã de hoje, para a apresentação dos planos de mobilidade e segurança devido ao grande fluxo de peregrinos e turistas que estarão em Roma. A imagem acima foi idealizada pelo jornalista romano Luciano Castro e realizado pelo artista Giuseppe Rava, especializado em ilustrações pitóricas com sujeitos históricos. A imagem intitutlada 'Il giorno dei quattro Papi' foi distribuída pelo Escritório de Imprensa da Ansa neste dia 23 de abril.

sábado, 19 de abril de 2014

Sábado Santo / Sábado de Aleluia

O Sábado de Aleluia é o Sábado Santo, o dia depois da morte de Cristo. A referência é sobretudo feita à noite do Sábado Santo, quando, na liturgia, se canta o aleluia pascoal, depois de 40 dias, a quaresma, durante os quais o Aleluia é omitido nas celebrações. É a celebração da Ressurreição de Cristo.


O tema da descida de cristo à "mansão dos mortos" é um dos temas da fé cristã. Está presente já numa das primeiras profissões de fé, o Símbolo dos Apóstolos. Também Tomás de Aquino, teólogo medieval, dedicou todo um capítulo de sua Suma Teológica (quaestio 52 della Pars 3) a este argumento. Até mesmo Lutero incluiu essa afirmação nos seus preceitos: Como se deve crer que Cristo morreu e foi sepultado por nós, assim também é necessário crer que ele desceu à mansão dos mortos.

Na Bíblia, o texto mais importante, nesse sentido, encontra-se em 1Pedro 3,18: Também Cristo morreu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, a fim de vos conduzir a Deus. Morto na carne, foi vivificado no espírito, no qual foi também pregar aos espíritos em prisão, a saber, aos que foram incrédulos outrora... O sentido básico dessa expressão teológica é professar que Jesus realmente morreu e que venceu a morte e o Demônio, que tem o poder da morte, como escrito em Hebreus 2,14: Ele participou da mesma condição, a fim de destruir pela morte o dominador da morte, isto é, o diabo.

Há várias interpretações muito interessantes sobre esse tema. Bento XVI, em uma sexta feira da paixão, respondendo a perguntas de expectadores, num programa na televisão italiana, disse que o fato de Jesus ter descido à mansão dos mortos significa que a sua morte abrange toda a humanidade, isto é, dela não são beneficiados apenas aqueles que vivem a partir da época de Cristo, mas também os que nasceram antes de Cristo. Outra interpretação, que merece ser sublinhada, vem do teólogo Von Balthasar. Ele diz que Cristo, descendo à mansão dos mortos, tornou-se o último da humanidade, alcançou os últimos e os redimiu.

Fonte: http://www.abiblia.org

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Missa de Lava-Pés & A Ceia do Senhor

Com a missa vespertina da Ceia do Senhor, iniciamos o Tríduo Sagrado que nos introduz na dinâmica do mistério pascal de Cristo: a passagem da morte para a vida gloriosa do Ressuscitado. Na primeira leitura tirada do livro do Êxodo, o texto descreve como os judeus celebram a sua páscoa, cada ano, para fazer memória da sua libertação do Egito. A Páscoa para os judeus é memória da passagem de Javé que livra as casas dos israelitas da morte dos primogênitos e da passagem do Mar Vermelho, rumo à terra prometida. Nós cristãos, celebramos também a nossa páscoa, a páscoa de Cristo, a sua passagem deste mundo ao Pai, através da morte na cruz, da sua ressurreição e glorificação à direita do Pai. “Sabendo Jesus que chegava a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
Na Ceia de Quinta-Feira Santa, Jesus antecipou a entrega de sua vida, livremente e por amor. Nessa ceia, com os seus apóstolos, Jesus tornou presente, sacramentalmente, nos sinais do pão e do vinho, sua oferta ao Pai pela salvação de todos nós. “Isto é o meu corpo, que será entregue por vós”. “Este é o meu sangue da nova aliança, que será derramado por vós, para a remissão dos pecados.” A morte de Jesus na cruz é o sinal do seu amor extremo para conosco.
Jesus instituiu a Eucaristia que é a atualização do seu sacrifício, memorial de sua morte e ressurreição. “Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha” (I Cor 11,26). É também a renovação da Ceia do Senhor na qual ele nos dá o seu Corpo e o seu Sangue como alimento de vida eterna. A Eucaristia é também sacramento da presença real do Cristo ressuscitado entre nós, para ser visitado, adorado e glorificado por nós e ser levado aos enfermos e idosos impossibilitados de participar da celebração eucarística.
Na Quinta-Feira Santa, juntamente com a Eucaristia, Jesus instituiu o Sacerdócio Ministerial. Ao dizer aos apóstolos: “Fazei isto em memória de mim”, Jesus quis ter a necessidade de homens que, consagrados pelo Espírito Santo, agissem em união íntima com a sua pessoa, para perpetuar, no tempo e no espaço o memorial de nossa redenção e para distribuir aos que se aproximassem da mesa do Senhor, o alimento da verdadeira vida. Hoje é um dia especial não só para agradecer o tesouro da Eucaristia, fonte e cume da vida cristã, mas também para tomar consciência da importância dos presbíteros na Igreja e do seu vínculo com o sacramento eucarístico.
“Dom e mistério é o sacramento do altar, dom e mistério é também o sacerdócio, tendo surgido os dois, a eucaristia e o sacerdócio, do Coração de Cristo durante a Última Ceia” (João Paulo II)
O gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos durante a Última Ceia narrado por São João, define toda a vida de Jesus: doação de toda a sua existência para a libertação do homem do pecado e do mal. Lavar os pés de alguém era, na antiguidade, uma tarefa própria de escravos. Jesus faz-se escravo e lava os pés dos seus discípulos. A cena do Lava-pés, ao lado da cruz, expressa o cume da doação de si mesmo que Jesus faz à humanidade na Eucaristia. Ao substituir a narração da Eucaristia pelo lava-pés, São João mostra-nos que a Eucaristia ao nos unir a Cristo, deve levar-nos também a solidariedade com os nossos irmãos. Comungar o Cristo, é comungar com o irmão. A cena do lava-pés que vamos rememorar daqui a pouco não pode reduzir-se a uma representação sentimental do gesto de Jesus, mas deve expressar o nosso propósito de traduzir esse gesto de Jesus em atos de amor e de serviço aos nossos irmãos na nossa vida cotidiana.
É impossível separar a Eucaristia do amor fraterno. A entrega total de Cristo na Última Ceia pede de todo discípulo seu que se coloque a serviço do irmão mais necessitado. “Se eu, Senhor e mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13, 13-15). Lavar os pés uns dos outros significa fazer o bem aos outros, particularmente, aos mais necessitados. O Senhor Jesus nos convida a aprender dele a humildade e a coragem de retribuir sempre com a bondade e o perdão os que nos ofendem. Jesus manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso.
"Com gesto humilde e mais do que expressivo do que o Lava-pés, somos convidados a recordar o que o Senhor fez aos seus Apóstolos: lavando seus pés proclamou de maneira concreta o primado do amor, amor que se faz serviço até o dom de si mesmo, antecipando também assim o sacrifício supremo de sua vida que se consumará no dia depois do Calvário". (Papa Bento XVI, durante a Catequese sobre a Missa de Lava-pés, 2008)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Não é "feriadão", é SEMANA SANTA!

Não é "feriadão", é SEMANA SANTA... 


Semana de profunda reflexão eclesial e pessoal, semana de contemplação da Paixão de Nosso Senhor e semana da atualização do grande Mistério da Fé Cristã (Católica Apostólica Romana). Todas as semanas do ano são santas, porém esta é a SEMANA das semanas, a SEMANA por excelência. Semana em que recordamos a maior prova de amor que o SANTO dos santos teve por nós. Por cada gota de sangue e água que jorraram de seu lado aberto, de seu SAGRADO CORAÇÃO, façamos dessa SEMANA SANTA modelo para todas as semanas do ano. 

Que Nosso Senhor Jesus Cristo, nos abençoe e nos guarde em sua infinita bondade e misericórdia, AMÉM! A paz do Amado e o amor da Virgem do Carmo para todas aqueles que creem e não creem, um SANTA SEMANA!!! 

" Se quereis a glória de Cristo jamais a busqueis sem antes passar pela cruz de Cristo". [São João da Cruz - Doutor da Igreja, Carmelita Descalço e Reformador da OCD]

Um abraço carinhoso, Jullia Márcia da Paz.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Nossa Senhora narra suas Sete Dores

Foi o Papa Pio X que fixou a data definitiva de 15 de Setembro, conservada no novo calendário litúrgico, que mudou o título da festa, reduzida a simples memória: não mais Sete Dores de Maria, mas menos especificadamente e mais oportunamente: Virgem Maria Dolorosa. Com este título nós honramos a dor de Maria aceita na redenção mediante a cruz. É junto à Cruz que a Mãe de Jesus crucificado torna-se a Mãe do corpo místico nascido da Cruz, isto é, nós somos nascidos, enquanto cristãos, do mútuo amor sacrifical e sofredor de Jesus e Maria. Eis porque hoje se oferece à nossa devota e afetuosa meditação a dor de Maria. Mãe de Deus e nossa.
A devoção, que precede a celebração litúrgica, fixou simbolicamente as sete dores da Co-redentora, correspondentes a outros tantos episódios narrados pelo Evangelho: a profecia do velho Simeão, a fuga para o Egito, a perda de Jesus aos doze anos durante a peregrinação à Cidade Santa, o caminho de Jesus para o Gólgata, a crucificação, a Deposição da cruz, a sepultura, portanto, somos convidados hoje a meditar estes episódios mais importantes que os evangelhos nos apresentam sobre a participação de Maria na paixão, morte e ressurreição de Jesus. Vamos nós, cristãos, pedir auxílio à Rainha dos Mártires, para que nos mantenha afastados do pecado, e nos dê força, auxílio e paciência para levarmos a nossa Cruz.





Amados filhos...

Meditai muitas vezes nas minhas sete dores para consolar meu Coração e crescereis muito na virtude. Ó almas que sofreis, vinde para perto de meu Coração e aprendei comigo. É junto de meu Coração transpassado de dor que achareis consolação! Mães aflitas, esposas amarguradas, jovens desorientados, meditando nos meus sofrimentos tereis força para atravessardes todas as dificuldades. Que minhas dores vos comovam o coração, impulsionando-vos para a prática do bem.

1ª. Dor – Apresentação de meu Filho no templo

Nesta primeira dor veremos como meu coração foi transpassado por uma espada, quando Simeão profetizou que meu Filho seria a salvação de muitos, mas também serviria para ruína de outros. A virtude que aprendereis nesta dor é a da santa obediência. Sede obedientes aos vossos superiores, porque são eles instrumentos de Deus. Quando soube que uma espada Me atravessaria a alma, desde aquele instante experimentei sempre uma grande dor. Olhei para o Céu e disse: ‘Em vós confio’. Quem confia em Deus jamais será confundido. Nas vossas penas, nas vossas angústias, confiai em Deus e jamais vos arrependereis dessa confiança. Quando a obediência vos trouxer qualquer sacrifício, confiando em Deus, a Ele entregai vossas dores e apreensões, sofrendo de bom grado por amor. Obedeçam não por motivos humanos, mas pelo amor Daquele que por vosso amor se fez obediente até a morte de Cruz.

2ª. Dor – A fuga para o Egito

Amados filhos, quando fugimos para o Egito, foi grande dor saber que desejavam matar meu querido filho, aquele que trazia a salvação! Não me afligi pelas dificuldades em terras longínquas; mas por ver meu filho inocente, perseguido por ser o Redentor. Almas queridas, quanto sofri neste exílio! Porém tudo suportei com amor e santa alegria por Deus me fazer cooperadora da salvação das almas. Se fui obrigada a este exílio, foi para guardar meu filho, sofrendo provações por aquele que um dia ia ser a chave da mansão da paz. Um dia estas penas serão convertidas em sorrisos e em força para as almas, porque Ele abrirá as portas do Céu! Amados meus, nas maiores provações pode haver alegria quando se sofre para agradar a Deus e por seu amor. Em terras estranhas, Eu Me rejubilava por poder sofrer com Jesus, meu adorável filho! Na santa amizade de Jesus e sofrendo tudo por seu amor, não se chama sofrer senão santificar-se! 
No meio da dor sofrem os infelizes, que vivem longe de Deus, os que estão na sua inimizade. Pobres infelizes, entregam-se ao desespero, porque não têm o conforto da amizade divina, que dá à alma tanta paz e tanta confiança. Almas que aceitais vossos sofrimentos por amor a Deus, exultai de alegria porque grande é vosso merecimento, se assemelhando a Jesus Crucificado, que tanto sofreu por amor a vossas almas! Alegrai-vos todos os que, como Eu, sois chamados para longe da vossa pátria defender o vosso Jesus. Grande será a vossa recompensa, pelo vosso SIM à vontade de Deus. Almas queridas, avante! Aprendei Comigo, a não medir sacrifícios, quando se trata da glória e dos interesses de Jesus, que também não mediu sacrifícios para vos abrir as portas da mansão da Paz.

3ª. Dor – Perda do Menino Jesus

Amados filhos, procurai compreender esta minha imensa dor, quando perdi meu adorável Filho por três dias. Sabia que meu Filho era o Messias prometido, que contas daria então a Deus do tesouro que me tinha sido entregue? Tanta dor e tanta agonia, e sem esperança de encontrá-lo! Quando O achei no templo, no meio dos doutores, e lhe disse que me havia deixado três dias em aflição, eis o que Me respondeu: ‘Eu vim ao mundo para cuidar dos interesses de meu Pai, que está no Céu’. A esta resposta do meigo Jesus, emudeci e compreendi que sendo o Redentor do gênero humano assim devia proceder, fazendo sua Mãe, desde aquele instante, tomar parte na sua missão redentora, sofrendo pela Redenção do gênero humano! Almas que sofreis, aprendei nesta minha dor a submeter-vos à vontade de Deus, que muitas vezes vos fere para proveito de um de vossos entes queridos. 
Jesus me deixou por três dias em tanta angústia para proveito vosso. Aprendei Comigo a sofrer e a preferir a vontade de Deus à vossa. Mães que chorais, ao verdes os vossos filhos generosos ouvirem o chamamento divino, aprendei Comigo a sacrificar o vosso amor natural. Se vossos filhos forem chamados para trabalhar na vinha do Senhor, não abafeis tão nobre aspiração, como é a vocação religiosa. Mães e pais dedicados, ainda que vosso coração sangre de dor, deixai-os partir, deixai-os corresponder aos desígnios de Deus, que usa com eles de tanta predileção. Pais que sofreis, ofertai a Deus a dor da separação, para que vossos filhos, que foram chamados, possam ser na realidade bons filhos Daquele que os chamou. Lembrai-vos que vossos filhos a Deus pertencem e não a vós. Deveis criá-los para servir e amar a Deus neste mundo, e um dia no Céu O louvarem por toda a eternidade.
Pobres aqueles que querem prender seus filhos, abafando-lhes a vocação! Os pais que assim procedem podem levar seus filhos à perdição eterna e ainda terão que dar contas a Deus no último dia. Porém, protegendo suas vocações, encaminhando-os para tão nobre fim, que bela recompensa receberão estes pais afortunados! Ainda que aqui chorem de saudades e a separação lhes custe muitas lágrimas, eles serão abençoados! E vós, filhos prediletos que sois chamados por Deus, procedei como Jesus procedeu comigo: primeiramente obedecei à vontade de Deus, que vos chamou para habitar na sua casa, quando diz: ‘Quem ama seu pai e sua mãe mais do que a mim não é digno de Mim’. Vigiai se, por causa de um amor natural, deixais de corresponder ao chamado divino!
Almas eleitas que fostes chamadas e sacrificastes as afeições mais caras e a vossa própria vontade para servir a Deus! Grande é vossa recompensa. Avante! sede generosas em tudo e louvai a Deus por terdes sido escolhidas para tão nobre fim. Vós que chorais, pais, irmãos, regozijai-vos porque vossas lágrimas um dia converter-se-ão em pérolas, como as minhas se converteram em favor da humanidade.

4ª. Dor – Doloroso encontro no caminho do Calvário

Amados filhos, contemplai e vede se há dor semelhante a esta minha, quando me encontrei com meu divino Filho no caminho do Calvário, carregando uma pesada cruz e insultado como se fosse um criminoso.‘É preciso que o Filho de Deus seja esmagado para abrir as portas da mansão da paz!’ Lembrei-Me de suas palavras e aceitei a vontade do Altíssimo, que sempre foi a minha força em horas tão cruéis como esta. Ao encontrá-lo, seus olhos me fitaram e me fizeram compreender a dor de sua alma. Não pôde Me dizer palavra, porém me fizeram compreender que era necessário que unisse a minha à Sua grande dor. Amados meus, a união de nossa grande dor neste encontro tem sido a força de tantos mártires e de tantas mães aflitas! Almas que temeis o sacrifício, aprendei aqui neste encontro a submeter-vos à vontade de Deus, como Eu e meu Filho nos submetemos! Aprendei a calar-vos nos vossos sofrimentos.
No nosso silêncio, nesta dor imensa armazenamos para vós riquezas imensuráveis! As vossas almas hão de sentir a eficácia desta riqueza na hora em que, abatidos pela dor, recorrerdes a Mim, fazendo a meditação deste encontro dolorosíssimo. O valor do nosso silêncio se converte em força para as almas aflitas, quando nas horas difíceis souberem recorrer à meditação desta dor! Amados filhos, como é precioso o silêncio nas horas de sofrimentos! Há almas que não sabem sofrer uma dor física, uma tortura de alma em silêncio; desejam logo contá-la para que todos o lastimem! Meu Filho e Eu tudo suportamos em silêncio por amor a Deus! Almas queridas, a dor humilha e é na santa humildade que Deus edifica! Sem a humildade, trabalhareis em vão; vede pois como a dor é necessária para a vossa santificação. Aprendei a sofrer em silêncio, como Eu e Jesus sofremos neste doloroso encontro no caminho do Calvário.

5ª. Dor – Aos pés da Cruz

Amados filhos, na meditação desta minha dor encontrareis consolo e força para vossas almas contra mil tentações e dificuldades e aprendereis a ser fortes em todos os combates de vossa vida. Vede-me aos pés da Cruz, assistindo à morte de Jesus, com a alma e meu coração transpassados com as mais cruéis dores!
Não vos escandalizeis com o que fizeram os judeus! Eles diziam: ‘Se Ele é Deus, por que não desce da cruz e se livra a si próprio?!’ Pobres judeus, ignorantes uns, de má fé outros, não quiseram crer que Ele era o Messias. Não podiam compreender que um Deus se humilhasse tanto e que a sua divina doutrina pregava a humildade. Jesus precisava dar o exemplo, para que seus filhos tivessem a força de praticar uma virtude, que tanto custa aos filhos deste mundo, que têm nas veias a herança do orgulho. Infelizes os que, à imitação dos que crucificaram a Jesus, ainda hoje não sabem se humilhar! Depois de três horas de tormentosa agonia, meu adorável Filho morre, deixando-me a alma na mais negra escuridão! Sem duvidar um só instante, aceitei a vontade de Deus, e no meu doloroso silêncio, entreguei ao Pai minha imensa dor, pedindo, como Jesus, perdão para os criminosos.
Entretanto, quem me confortou nesta hora angustiosa? Fazer a vontade de Deus foi o meu conforto; saber que o Céu foi aberto para todos os filhos foi meu consolo! Porque Eu também no Calvário fui provada com o abandono de toda consolação! Amados filhos, sofrer em união com os sofrimentos de Jesus encontra consolo; sofrer por ter feito o bem neste mundo, recebendo desprezos e humilhações encontra força. Que glória para vossas almas, se um dia por amar a Deus com todo o vosso coração, fordes também perseguidos! Aprendei a meditar muitas vezes nesta minha dor, que ela vos dará força para serdes humildes: virtude amada de Deus e dos homens de boa vontade.

6ª. Dor – Uma lança atravessa o Coração de Jesus

Amados filhos, com a alma imersa na mais profunda dor, vi Longuinho transpassar o coração de meu Filho, sem poder dizer palavra! Derramei muitas lágrimas… Só Deus pode compreender o martírio desta hora, na alma e no coração! Depois depositaram Jesus nos meus braços, não cândido e belo como em Belém… Morto e chagado, parecendo mais um leproso do que aquele adorável e encantador menino, que tantas vezes apertei ao meu coração! Amados filhos, se Eu tanto sofri, não serei capaz de compreender vossos sofrimentos? Por que, então, não recorreis a Mim com mais confiança, esquecidos que tenho tanto valor diante do Altíssimo? Porque muito sofri aos pés da cruz, muito me foi dado! Se não tivesse sofrido tanto, não teria recebido os tesouros do Paraíso em minhas mãos.
A dor de ver transpassar o Coração de Jesus com a lança, conferiu-me o poder de introduzir, neste amável Coração, a todos aqueles que a Mim recorrerem. Vinde a Mim, porque Eu posso vos colocar dentro do Coração Santíssimo de Jesus Crucificado, morada de amor e de eterna felicidade! O sofrimento é sempre um bem para a alma. Ó almas que sofreis, regozijai-vos Comigo que fui a segunda mártir do Calvário! A minha alma e meu coração participaram dos suplícios do Salvador, conforme a vontade do Altíssimo, para reparar o pecado da primeira mulher! Jesus foi o novo Adão e Eu a nova Eva, livrando assim a humanidade do cativeiro no qual se achava presa. Para corresponderdes porém a tanto amor, sede muito confiantes em Mim, não vos afligindo nas contrariedades da vida; ao contrário, confiai-Me todos os vossos receios e dores, porque Eu sei dar em abundância os tesouros do Coração de Jesus! Não vos esqueçais, Filhos meus, de meditar nesta minha imensa dor, quando estiver pesada a vossa Cruz. Achareis força para sofrer por amor a Jesus que sofreu na Cruz a mais infame das mortes.

7ª. Dor – Jesus é sepultado

Amados filhos, quanta dor, quando tive que ver sepultado meu Filho. A quanta humilhação meu Filho se sujeitou, deixando-se sepultar sendo Ele o mesmo Deus! Por humildade, Jesus submeteu-se à própria sepultura, para depois, glorioso, ressuscitar dentre os mortos! Bem sabia Jesus o quanto Eu ia sofrer vendo-o sepultado; não me poupando quis que Eu também fosse participante na sua infinita humilhação! Almas que temeis ser humilhadas, vede como Deus amou a humilhação! Tanto que deixou-se sepultar nos santos Sacrários, a esconder sua majestade e esplendor, até o fim do mundo! Na verdade, o que se vê no Sacrário? Apenas uma Hóstia Branca e nada mais! Ele esconde sua magnificência debaixo da massa branca das espécies de pão! Em verdade vos digo, não O admirais tanto quanto Ele merece, por Jesus assim Se humilhar até o fim dos séculos!
A humildade não rebaixa o homem, pois Deus Se humilhou até à sepultura e não deixou de ser Deus. Amados filhos, se quereis corresponder ao amor de Jesus, mostrai-lhe que O amais, aceitando as humilhações. A aceitação da humilhação vos purifica de toda e qualquer imperfeição e, desprendendo-vos deste mundo, vos faz desejar o Paraíso. Queridos filhos, apresentei-vos estas minhas sete Dores, não para queixar-me, mas somente para mostrar-vos as virtudes que deveis praticar, para um dia estar ao meu lado e ao lado de Jesus! Recebereis a glória imortal, que é a recompensa das almas que, neste mundo, souberam morrer para si, vivendo só para Deus!

Vossa Mãe vos abençoa e vos convida a meditar muitas vezes nestas palavras ditadas porque muito vos amo.



domingo, 13 de abril de 2014

Domingo de Ramos - Inicia-se a Semana Santa

O Domingo de Ramos, com hosanas, saudações e louvores, prefigura a vitória de Cristo sobre a  morte e o pecado. É o portal de entrada para a Paixão de Cristo: a Semana Santa inicia-se com ele. Que lições ele nos traz? Que frutos e graças dele podemos tirar?
Nosso Senhor entra em Jerusalem_.jpg
O Domingo de Ramos é a comemoração litúrgica que recorda a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém onde Ele iria celebrar a Páscoa judaica com seus discípulos. Ele é o portal de entrada da Semana Santa. É no Domingo de Ramos que se inicia a Semana da Paixão. É o dia em que a Igreja lembra a história e a cronologia desses acontecimentos para dele tirarmos uma lição.
Um Rei entra na cidade montando um jumento
Já desde a entrada da cidade, os filhos dos hebreus portavam ramos de oliveiras e alegres acenavam com eles, estendiam mantos no chão para Jesus passar sobre eles. Jesus entrou na cidade como Rei! Até parece que era um desejo d'Ele que fosse assim, pois, a cena em que tudo transcorre reproduz a profecia de Zacarias: o rei dos judeus virá. Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta.(Zc 9,9)
Embora Jesus montasse um simples jumento, o cortejo caminhava, alegre e digno. Na expectativa de estar ali o Messias prometido, Jerusalém transformou-se, era uma cidade em clima de festa. E Ele era aplaudido, aclamado pelo povo: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas". Isto aconteceu alguns dias antes de que Jesus fosse condenado à morte, quando os ecos dos gritos de "hosana" já se misturavam ao clamor de insultos, ameaças e blasfêmias que o levariam a sua Paixão redentora.
Que tipo de Messias queriam aqueles judeus?
Da entrada festiva como rei em Jerusalém até o deboche da flagelação, da coroação de espinhos e da inscrição na cruz (Jesus de Nazaré, rei dos Judeus), somos levados a perguntar: Que tipo de rei aquele povo queria? E que tipo de rei era Jesus? Nosso Senhor era aclamado pelo mesmo povo que o tinha visto alimentar multidões. Era aplaudido por aqueles que o viram curar cegos e aleijados e, ainda há pouco, tinham presenciado a ressurreição de Lázaro.
Impressionada com tudo isso aquela gente tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos Profetas. Mas, aquele povo era superficial e mundano, julgava que Jesus fosse um Messias político, um libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão. E nisso estavam equivocados, enganados: Ele não era um Rei deste mundo!
Seus corações apreciavam Jesus de modo incompleto
A entrada de Jesus em Jerusalém foi uma introdução para as dores e humilhações que logo Ele sofreria abundantemente: a mesma multidão que o homenageou movida por seus milagres, virou-lhe as costas e pediu sua morte. No Domingo de Ramos fica patente como o povo apreciava Jesus de um modo incompleto. É verdade que O aclamaram, porém, Ele merecia aclamações incomensuravelmente superiores. Merecia uma adoração amorosa, bem diversa da que lhe foi dada! No entanto, cheio de humildade, lá ia Nosso Senhor Jesus Cristo sentado num burrico, avançando em meio à multidão ruidosa, impulsionando todos ao amor de Deus.
Só uma pessoa O entendeu naquela hora
Em geral, as pinturas e gravuras apresentam Nosso Senhor olhando pesaroso e quase severo para a multidão. Para Ele, o interior das almas não oferecia segredo. Ele percebia a insuficiência e a precariedade daquela ovação. Apenas uma pessoa percebia o que estava acontecendo com Jesus e sofria com Ele. E essa pessoa oferecia sua dor de alma como reparação de seu amor puríssimo a Nosso Senhor: era Nossa Senhora.
Mas, ...que requinte de glória para Nosso Senhor! Era o maior deles porque Nossa Senhora vale incomparavelmente mais do que toda a Criação. Naquelas circunstancias, Maria representava todas as almas piedosas que, meditando a Paixão de nosso Salvador, haveriam de ter compaixão e pena d'Ele. Almas que lamentariam não terem vivido naquele tempo para poderem, então, ter tomado posição ao lado de Jesus.
Domingo de Ramos em minha vida?
Existe um defeito que diminui a eficácia das meditações que fazemos. Este defeito consiste em meditar os fatos da vida de Nosso Senhor e não aplicá-los ao que sucede em nós ou em torno de nós. Assim, por exemplo, a nós espanta a versatilidade e ingratidão dos judeus que assistiram a entrada de Jesus em Jerusalém. Nós os censuramos porque proclamaram com a mais solene recepção o reconhecimento da honra que se deveria ter ao Divino Salvador e, pouco depois, O crucificaram com um ódio tal que a muitos chega a parecer inexplicável.
Essa ingratidão, essa versatilidade para mudanças de opinião e atitudes não existiram apenas nos homens dos tempos de Nosso Senhor! A atitude das pessoas contemporâneas de Jesus, festejando sua entrada em Jerusalém e depois abandonando-O à mercê de seus algozes, assemelha-se a muitas atitudes que tomamos.
Muitas vezes louvamos a Cristo e nos enchemos de boas intenções para seguir os seus ensinamentos, porém, ao primeiro obstáculo, nos deixamos levar pelo desânimo, ou pelo egoísmo, ou pela falta de solidariedade e, mais uma vez, por esse desamor, alimentamos o sofrimento de Jesus.
Ainda hoje, no coração de quantos fiéis, tem Nosso Senhor que suportar essas alternativas, essas mudanças que balançam entre adorações e vitupérios, entre virtude e pecado? E estas atitudes contraditórias e defectivas não se passam apenas no interior de alma de cada homem, de modo discreto, no fundo das consciências: Em quantos países essas alternações se passam e Nosso Senhor tem sido sucessivamente glorificado e ultrajado, em curtos intervalos espaços de tempo?
Uma perda de tempo: não reparar as ofensas a Nosso Senhor
É pura perda de tempo nos horrorizarmos exclusivamente com a perfídia, fraude e traição daqueles que estavam presente na entrada de Jesus em Jerusalém. Para nossa salvação será útil refletirmos também em nossas fraudes e defeitos. Com os olhos postos na bondade de Deus, poderemos conseguir a emenda e o perdão para nossas próprias perfídias. Existe uma grande analogia entre a atitude daqueles que crucificaram o Redentor e nossa situação quando caímos em pecado mortal.
Não é verdade que, muitas vezes, depois de termos glorificado a Nosso Senhor ardentemente, caímos em pecado e O crucificamos em nosso coração? O pecado é um ultraje feito a Deus. Quem peca expulsa Deus de seu coração, rompe as relações filiais entre criatura e Criador, repudia Sua graça. E é certo que Nosso Senhor é muito ultrajado em nossos dias. Não pelo brilho de nossas virtudes, mas pela sinceridade de nossa humildade nós poderemos ter atitudes daquelas almas que reparam, junto ao trono de Deus, os ultrajes que a cada hora são praticados contra Ele. As lições do Domingo de Ramos nos convidam a isso. (JG)
Fontes:

Dom Eurico dos Santos Veloso - O significado do Domingo de Ramos - CNBB -29 de Março de 2010

Felipe Aquino - O significado do Domingo de Ramos - Vida Eclesial - 30/03/2007D. 
Javier Echevarría - Domingo de Ramos: Jesus entra em Jerusalém 
Plinio Corrêa de Oliveira - excertos